sexta-feira, 14 de novembro de 2014



Vidago (Rio Pequeno)

Desce, desde tempos ancestrais
De terras de Lagarelhos
Banhou hortas e cereais
Sustentou novos e velhos!

Quantos terrenos agricultados
Foram por ele regados
Quanto pão se criou
Quanto estômago se saciou!

Prateados cardumes ali viveram
Quantos homens ali pescaram
Quantas merendas se comeram
Em tempos que não voltaram!

Em cálidas tardes de Verão
Quantos meninos sem mar
Vestindo humilde calção
Ali aprenderam a nadar!

Quantas mulheres lavaram
À sombra de choupos e negrilhos
Roupa que sujaram
Os maridos e os filhos!

Que saudades das noras
Das suas pancadas sonoras
E dos pachorrentos asininos
Que encantavam os meninos!

Quantos melros e cotovias
Rouxinóis e outras aves
Entoaram belas melodias
Que nos deixaram saudades!

Tem nome de “Pequeno”
Para Vidago foi grande e sereno.
Sê-lo-á por décadas a fio
O nosso querido rio!

Floripo Salvador
Novembro 2014



(montagem de postais antigos - Júlio Silva)

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